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Ega, Conde da

O 1º conde da Ega, Manuel de Saldanha e Albuquerque, foi o 47º vice-rei da Índia, entre 1758 e 1765. Nasceu em 1712, filho secundogénito de Aires de Saldanha e Albuquerque Coutinho e Noronha, antigo governador do Rio de Janeiro, e de D. Maria Leonor de Lencastre e Moscoso, filha dos marqueses de Gouveia. Estava ligado por laços familiares, e outros, a algumas das mais importantes figuras da corte, sendo sobrinho do privado de D. João V, Frei Gaspar da Encarnação Moscoso, e primo co-irmão do último duque de Aveiro, D. Jorge Mascarenhas e Lencastre. Estreitou laços com Sebastião José de Carvalho e Melo, em Viena, durante os anos quarenta, tendo sido testemunha de casamento do futuro Marquês de Pombal. Regressado a Portugal já com D. José no trono, seria em 1754 nomeado governador e capitão-geral da Madeira. Em 1758, antes de assumir o governo da Índia, foi-lhe atribuído o título de primeiro conde da Ega. A sua comissão vice-reinal no Oriente ficou directamente ligada a alguns dos principais desenvolvimentos políticos e económicos do Estado da Índia na segunda metade de Setecentos: a expulsão dos jesuítas; a incorporação dos territórios de Pondá, Zambaulim, Embarbacém, Canácona e Cabo de Rama (Novas Conquistas); a implementação de políticas de fomento manufactureiro; tentativas de reanimação comercial através de criação de companhias monopolistas (Companhia de Bengala). Caiu em desgraça junto da corte, talvez por excesso de iniciativa e dificuldade em cingir-se às directrizes de Lisboa, sendo exonerado do cargo e detido sob acusação de conduta imprópria e gestão danosa dos interesses da coroa. Libertado após dois anos de prisão, veio a falecer em 1771. [A: Edgar Pereira, 2013]

Bibliografia: Lopes 1999; Saldanha 1984; Saldanha 1989.

doi:10.15847/cehc.edittip.2013v042