Provedor-mor dos Contos de Goa, entre 1588 e 1612, foi o autor dos tombos de Chaul (1591-1592), Damão (1592), Diu (1592) e da ilha de Goa e das terras de Salsete e Bardez (1595). A sua carreira no Estado da Índia recua ao início da década de 1560, ano em que partiu de Lisboa. Começou por acumular conhecimentos sobre a organização do comércio no Sueste asiático em Malaca, onde viveu antes de se fixar em Goa. Movimentando-se em círculos próximos do governo, em finais da década de 1570 logrou obter uma comissão extraordinária para desempenhar funções de vedor da fazenda em Ormuz. A experiência aí adquirida valer-lhe-ia, em 1588, a nomeação para a presidência dos Contos. Entre finais de 1591 e finais de 1593, realizou duas viagens às fortalezas do Norte, a fim de proceder ao tombamento dos bens pertencentes à coroa, em cumprimento de uma instrução régia (19 de Março de 1591). Dessas viagens resultou a produção de repositórios para Chaul, Damão e Diu das aldeias, prédios rústicos e respectivos foros que compunham os bens da coroa. Nos últimos meses de 1593, estava de volta a Goa, ano em que iniciou o levantamento dos bens das terras de Goa, Salsete e Bardês. Personalidade controversa, Francisco Pais esteve no centro de várias práticas de abuso de poder. Uma devassa extraordinária ditou o seu afastamento dos Contos em 1598. Absolvido das acusações, o ofício de provedor-mor da Casa dos Contos ser-lhe-ia restituído em 1605. [A: Susana Münch Miranda, 2013].
Bibliografia: Miranda (2012), Godinho (1982: 29-31).
doi:10.15847/cehc.edittip.2013v003