Foi o primeiro vedor da Fazenda do Ceilão (1608-1617) nomeado directamente pelo rei. Partiu do reino munido de um regimento, datado de 27 de Fevereiro de 1608, que é uma das peças mais representativas do projecto de colonização que as autoridades de Lisboa e Madrid conceberam para a ilha de Ceilão. Entre as várias incumbências cometidas ao vedor, contava-se particularmente a de elaborar o registo e cadastro das terras e aldeias que estavam sob o domínio português, e a sua posterior repartição (em aforamento) por portugueses e cingaleses, de acordo com critérios bem definidos. Vaz Freire concretizou em poucos anos a elaboração dos tombos (quatro grossos livros, dos quais só restam dois), mas, no que toca aos aforamentos, foi ultrapassado pelos acontecimentos, pelos jogos de interesses locais e pelas desinteligências com o capitão-geral e outras autoridades na ilha. Sucedeu-lhe no cargo Lançarote de Seixas, um dos mais influentes casados do Ceilão. [A: José Vicente Serrão, 2013]
Bibliografia: Abeyasinghe 1974; Fitzler 1927; Flores 2001; Miranda 2007.
doi:10.15847/cehc.edittip.2013v004