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Arroz

De entre as espécies do género Oriza, existentes também na América e em África, o arroz branco (Oriza sativa, Lin.), originário da Ásia, é o mais vulgarizado e altamente rentável. A sua difusão deu origem a múltiplas variedades, bem adaptadas a diferentes meios ecológicos e à produção em sequeiro e regadio. Do Médio Oriente, a planta disseminou-se pela Europa e entrou no território português em data incerta. Há registo do seu cultivo nos séculos XVI e XVIII, embora fosse necessário esperar pelos anos de 1840 para a orizicultura se expandir em Portugal. Em meados de Quinhentos, os portugueses transplantaram a gramínea para Cabo Verde e costa africana, região esta onde o cultivo do arroz vermelho nativo (Oriza glaberrima, Steud.) tinha uma tradição milenar. No século XVI, o arroz asiático e, tudo indica, também o africano foram levados para o Brasil, conquanto já aqui existisse uma espécie selvagem. Há informações (1587) sobre a cultura do arroz asiático na Baía, transportado de Cabo Verde. No século XVII, a planta foi transplantada para S. Paulo e, nas últimas décadas da centúria seguinte, promoveu-se a sua produção para exportação no Maranhão, Pará e Amapá, com sementes da Carolina do Sul. Constituindo a base da alimentação na Ásia, o arroz estava entre as principais culturas dos territórios do Estado da Índia, como Goa e Ceilão. Nas várzeas de Goa, produziam-se quatro variedades principais: chambaçal, giraçal, pacharil e pulot. Na costa leste-africana, o arroz asiático foi divulgado, no primeiro milénio, por via de Madagáscar, onde fora introduzido por migrantes malaio-indonésios, ou através dos comerciantes árabes. [A: Eugénia Rodrigues, 2013]

Bibliografia: Carney e Acevedo Marin 1999; Dias 2004; Harlan, Wet e Stemler 1976; Linares 2002.

doi:10.15847/cehc.edittip.2013v030

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