Domus fortis, fortalicium e repayrium foram designações dadas ao novo modelo de residência senhorial fortificada que se difundiu na Europa ocidental a partir da segunda metade do século XII. A sua principal característica era a presença de torre quadrangular, normalmente em pedra, com térreo maciço e reduzido número de aberturas, podendo apresentar matacões e merlões. Inspiradas nas torres de menagem dos castelos, símbolo do poder e prestígio da nobreza, foram utilizadas como forma de afirmação social por linhagens secundárias e membros da pequena nobreza. Em Portugal, a nova estrutura arquitetónica se fez presente em paços, solares e quintãs, sendo referida como torre (turrem), casa-torre ou casa-forte. Na América portuguesa, este último termo foi utilizado para denominar casas de morada fortificadas, com paredes grossas e poucas frestas, que foram comuns nos sertões, onde estiveram ligadas às guerras de conquista e ao povoamento colonial do território por particulares. [A: José Eudes Gomes, 2015]
Bibliografia: Barreto 1958; Barroca 1989, 1998.
doi:10.15847/cehc.edittip.2015v042