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Coculim, morgado de

Um dos mais importantes morgados em terras de Goa pertencentes a estirpes reinóis, ao qual também andavam associados bens em Verodá (Salsete). Foi instituído por D. Filipe de Mascarenhas, 26º vice-rei da Índia e irmão do primeiro conde da Torre, que acumulara fortuna durante os vários anos em que viveu na Ásia (c. 1630-1651), sobretudo no Ceilão e em Goa. Por não ter geração, o instituidor nomeou administrador o primeiro secundogénito do seu irmão, D. João de Mascarenhas. Este, tendo sucedido na casa paterna, juntou a administração dos bens dos Mascarenhas em Goa ao condado da Torre. Em 1670 receberia ainda o título de marquês de Fronteira. A sua geração voltou a repartir o património: o mais velho sucedeu nas casas da Torre e de Fronteira e o secundogénito, D. Francisco, na administração do vínculo de Coculim e Verodá. Foi em vida de D. Francisco de Mascarenhas que se extinguiu o referido vínculo por ter sido elevado a condado. O título de conde de Coculim seguiu na sua descendência até 1792, altura em que o fim da estirpe ditou a reunião à casa Fronteira. A família conserva até hoje em Salsete propriedades associadas ao vínculo inicial. O condado – antigo morgado – constituía uma propriedade importante na Goa dos séculos XVIII e XIX, produzindo sobretudo arroz e coco. Lopes Mendes atribuía-lhe, em 1871, 7.383 habitantes, cristãos na sua maioria. Compreende-se assim que o lugar de administrador dos bens dos Fronteira no Estado da Índia fosse muito pretendido entre os locais. [A: Luís Cabral de Oliveira, 2015]

Bibliografia: Bethencourt 1998: 312-313; Mendes 1989: II, 176-177; Oliveira & Costa 2010: 104-105; Subrahmanyam 1995: 332-334; Xavier 1907: II, 325.

doi:10.15847/cehc.edittip.2015v024

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