Nome dado nos Açores aos solos pobres e pouco evoluídos formados por materiais líticos em desagregação que tiveram por rocha-mãe derrames lávicos e materiais piroclásticos de composição basáltica. Cobrem extensas áreas do litoral das ilhas açorianas sendo tradicionalmente aproveitados para as culturas da vinha e da laranja ou, em alternativa, ocupados por matas de espécies arbóreas e arbustivas semi-espontâneas. Na ilha do Pico, uma extensa faixa de beira-mar com trinta quilómetros de comprimento e cerca de um quilometro de profundidade, abrangendo os concelhos da Madalena e de São Roque, quase toda assente sobre biscoito ou lajido, foi transformada na característica paisagem vitivinícola açoriana, formando uma apertada retícula de currais de pedra solta, de onde saíram as pipas de verdelho, aguardente e vinho passado que alimentaram ao longo de séculos um comércio lucrativo com os portos do Norte da Europa e do Brasil (área classificada como Património da Humanidade desde 2004). [A: Isabel Soares de Albergaria, 2014]. Foto: © Bago d’Uva.
Bibliografia: Abreu 2005; Albergaria 2008.
doi:10.15847/cehc.edittip.2014v066