As covas, também chamadas furnas dos mouros ou matamorras, eram silos subterrâneos destinados ao armazenamento de cereal em grão ou de junça (cova de junça), escavados em terrenos secos e com boa drenagem de superfície, periformes e de tamanho variável, podendo atingir os 3,5 metros de altura e os dois metros de diâmetro, com o gargalo, mais estreito, coberto por uma tampa de pedra. Santa Rosa Viterbo (1798) assegura que o uso de covas para guardar o cereal ainda era comum entre os mouros, que as chamavam «atamorras, matamorras, e matmorras». Outrora conhecidas no sul de Portugal continental, o seu uso no arquipélago da Madeira (sobretudo em Porto Santo) e nas ilhas dos Açores, chegou até ao século XIX, tendo sido bastante generalizado, como atesta a toponímia dos lugares e os vestígios materiais ainda hoje existentes, particularmente nas ilhas de Porto Santo e Santa Maria. [A: Isabel Soares de Albergaria, 2014, 2015]
Bibliografia: Moraes Silva 1813: 489; Sousa 2012; Viterbo 1965: 222.
doi:10.15847/cehc.edittip.2014v062