da Terra e do Território no Império Português

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Hinterland

A palavra é de origem alemã e significa em português algo como território interior ou retaguarda de uma cidade. Tornou-se, especialmente desde os anos 1980, um conceito muito utilizado em estudos sobre o território, nomeadamente por geógrafos, economistas e historiadores, que lhe têm atribuído significados ligeiramente diferenciados. Numa definição simplificada, o conceito refere-se à área de influência económica directa de uma grande cidade, independentemente da distância. Abrange o território, não necessariamente contíguo nem contínuo, que serve e é servido pelo mercado (próprio ou de exportação) da cidade de referência, podendo mesmo incluir outras cidades, vilas e aldeias. Não corresponde a um território com expressão política ou administrativa (v.g. concelho, capitania, província). O hinterland é, assim, uma categoria espacial construída pelo investigador em função do seu objecto de estudo, e os seus limites geográficos variam em conformidade. Várias das grandes cidades do império português tinham os seus hinterlands, como era o caso, por exemplo, de Salvador da Baía e do Rio de Janeiro. No Oriente, é possível falar do hinterland de Goa, de Baçaim ou de Colombo, mas a aplicação do conceito é mais discutível no caso de cidades como Ormuz, Malaca ou Macau, dado tratar-se essencialmente de enclaves e entrepostos comerciais, sem profundidade territorial. [A: Marco Oliveira Borges, 2016]

Bibliografia: Antunes 2010; Barendse 2002; Russell-Wood 1998; Van Cleef 1941.
doi: 10.15847/cehc.edittip.2016v002

Umland

Conceito nascido no contexto da geografia urbana e económica para descrever as relações entre as cidades e os territórios delas dependentes, tem tido também alguma utilização em estudos históricos, incluindo os que tratam de cidades coloniais. Na sua acepção mais corrente, umland corresponde aos arrabaldes ou arredores imediatos de um centro urbano. No vocabulário português da época moderna seria o equivalente ao termo, ou a parte dele, embora sem a conotação administrativa que este formalmente comportava. [A: Marco Oliveira Borges, 2016]

Bibliografia: Pearson 2003: 31; Van Cleef 1941.
doi: 10.15847/cehc.edittip.2016v001

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