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Fazenda

Na América portuguesa a palavra adquiriu o sentido de grande propriedade agrária. Moraes Silva, na primeira edição de seu dicionário, especificava que, no Brasil, fazenda significava “terras de lavoura ou de gado” ou até uma “fazenda de canas”. O mesmo ocorreu nos domínios espanhóis da América, onde hacienda tornou-se sinônimo de grande unidade agrária. Em português e espanhol, o termo englobava, simultaneamente, as noções de riqueza em geral e de extensas terras de cultivo ou pecuária. Uma fazenda podia ter em sua origem a concessão de uma sesmaria, a mera posse, ou, mais raramente, um arrendamento. Mas, como unidade produtiva, raramente ocupava a totalidade da extensão de uma sesmaria. As fazendas dedicadas aos cultivos de exportação podiam ser monocultoras ou não, dependendo das diferentes conjunturas econômicas. Enquanto essa era a tendência nas fazendas de cana e engenhos da Bahia e Campos, Rio de Janeiro, as de fumo (tabaco) produzíam também importantes excedentes de farinha de mandioca. Em Minas Gerais, no século XVIII, no termo de Mariana, as fazendas de engenho conjugavam a produção de alimentos (feijão, milho, mandioca) com a de aguardente e farinhas, além de possuírem matas, capoeiras e atividade mineradora. As grandes fazendas monocultoras fomentaram a produção de alimentos e a constituição de um mercado interno específico. Estivessem dedicadas à produção para exportação ou para o mercado interno, a mão de obra essencial sempre era a escrava. Nas áreas mais bem localizadas, férteis e próximas de rios e portos, o valor da terra chegava a 30% do total do empreendimento. Por seu turno, os fazendeiros, seus proprietários, constituíam o topo da pirâmide social e econômica rural do Brasil durante os séculos XVIII e XIX. [A: Helen Osório, 2015]

Bibliografia: Barickman 2003; Fragoso 1992; Osório 2007; Schwartz 2008.
doi: 10.15847/cehc.edittip.2015v053

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